PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
DO ESPÍRITA
“... Sirva de base às instituições sociais, às relações
legais de povo a povo e de homem a homem o princípio da caridade e da
fraternidade e cada um pensará menos na sua pessoa, assim veja que outros nela
pensaram. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do
contato”(Questão nº 917 de O Livro dos Espíritos).
Desta análise sintética dos
princípios e fundamentos do Espiritismo, com base em O Livro dos Espíritos, e suas correlações com a Filosofia,
Sociologia e Política e a visão de que o homem no mundo é “um ser social e
conseqüentemente político’, concluímos:
1.
COMO O ESPÍRITA NÃO DEVE
ATUAR NA POLÍTICA:
1.1
levar a política
partidária para dentro do Centro, das Entidades ou do Movimento Espírita;
1.2
utilizar-se de médiuns e dirigentes espíritas para apoiar políticos partidários
candidatos a cargos eletivos aos Poderes Executivos e Legislativos;
1.3
catar votos para políticos que, às vezes, dão alguma
“verbinha”para asilos, creches e hospitais, mas cuja conduta política não se afina
com os princípios éticos ou morais do Espiritismo;
1.4
apoiar políticos que se dizem espíritas ou cristãos, mas
aprovam as injustiças, as barganhas, a “politicagem” (usar a política
partidária para interesses pessoais ou de grupos a que se ligam);
1.5
participar da política partidária apenas por interesse
pessoal, para melhorar a sua vida e de
sua família, divorciando em sua militância político-partidária dos princípios e
normas da Filosofia Espírita.
2.
COMO O ESPÍRITA DEVE ATUAR
NA POLÍTICA:
2.1. o espírita pode e deve
estudar e reflexionar sobre os princípios político-filosófico-espiritas no
Centro Espírita, pois eles estão contidos em O Livro dos Espíritos,Parte Terceira, das Leis Morais;
2.2. através da analise, do
estudo e da reflexão das normas e princípios acima referidos, o espírita deve
identificar o egoísmo, o orgulho e a injustiça nas instituições humanas,
denunciando-as e agindo para que elas desapareçam da sociedade humana
2.3. confrontar os fundamentos
morais e objetivos do Espiritismo com os fundamentos morais e objetivos dos
partidos políticos, verificando de forma coerente qual ou quais deve apoiar e
até mesmo participar como membro atuante, se tiver vocação para tal;
2.4. participar de
organizações e movimentos que propugnem
pela Justiça, pelo Amor, pelo progresso intelectual, moral e físico das pessoas
e aprimoramento da sociedade. Exemplo:clubes de serviços, sindicatos,
associações de classes, diretórios acadêmicos, movimentos de respeito e defesa
dos direitos humanos, etc.;
2.5. fazer do voto um elevado
testemunho de amor ao próximo;
Considerando que a
sociedade, nos sistemas democráticos, é dirigida
por políticos que saem das agremiações partidárias para comporem os poderes
Legislativo e Executivo e suas ações podem ajudar ou atrasar a evolução
intelecto-moral da humanidade, o voto consciente é uma forma de exprimir o amor
ao próximo e à coletividade.
Deve, pois, analisar se a conduta do
candidato político-partidário tem maior ou menor relação com os princípios
morais e políticos (aspecto filosófico) do Espiritismo;
2.6. participar de
agremiação partidária, se assim o desejar,
sabendo, no entanto, da responsabilidade que assume nesse campo, já que sua
militância deve sempre estar voltada para o interesse do ser humano, em seus
aspectos social e espiritual.Para isso, sua ação política deverá estar em
harmonia com os valores éticos(morais)do Espiritismo que,em última analise, são
fundamentalmente os mesmos do Cristianismo;
2.7 participar conscientemente
da ação política na sociedade, sem relegar o estudo e a reflexão do Espiritismo
a plano secundário. Pelo contrário, o estudo e a reflexão dos temas espíritas
deverão levá-lo a permanente participação, objetivando a aplicação concreta do
Amor e da Justiça ao ser humano, seja individual ou coletivamente.
***
Reflexão:
1. A política partidária é importante para o
regime democrático?
2. O espírita deve ter “consciência política”
para, como cidadão, atuar na sociedade visando o seu aprimoramento?
3. Os conceitos espíritas esclarecem e orientam
a pessoa para a participação consciente como cidadão?
4. Você está consciente, como membro da
sociedade da sua condição de “ser político”?
5. Você está consciente da sua capacidade amar
a coletividade através do exercício do ato responsável de “votar”. In Espiritismo e Política - Editora FEB