segunda-feira, 17 de setembro de 2018

ESCOLHA DE CANDIDATOS PARA A ELEIÇÃO


         ESCOLHA DE CANDIDATOS PARA A ELEIÇÃO
         Porque, no mundo tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
         - Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão. (O Livro dos espíritos, questão nº 932).
         Como cidadãos e espíritas estamos sendo convocados à participação muito importante na sociedade.
         Após análise deveremos escolher pessoas que  estão pleiteando cargos para composição dos Poderes Legislativo e Executivo: deputados, governadores de Estado, deputados federais, senadores e presidente da república.
         Esses poderes são fundamentais para o estado de direito democrático.
         É um momento  de grande responsabilidade pessoal e coletiva.
         Na prática o momento se torna tenso  e profundamente emocional, pessoas escolhem candidatos com base na simpatia ou na ideologia. Poucas fundamentam suas decisões em base de conhecimento real da potencialidade do escolhido para exercer o cargo com responsabilidade, competência, honestidade e dignidade.
          Estamos vivendo um momento cívico muito significativo.
          Individual e coletivamente poderemos agir para a constituição de dois Poderes da República: o Parlamento e o Executivo, elegendo pessoas que julgamos poderão exercer os cargos de deputados estaduais, governador,  e vice governador, deputados federais, senadores e presidente e vice-presidente da República.
         Então devemos pensar e analisar a capacidade e competência dos candidatos para exercerem esses cargos.
          É hora de conversar a respeito e mesmo dar opiniões sobre os candidatos.
          Pensemos bem  apresentar opiniões e não impor idéias e pessoas já escolhidas como salvadores da Pátria.
          Nos comentários individualmente ou pelas redes sociais é indispensável  agir com educação e respeito ao próximo.
         Ao falar sobre os candidatos deveremos mostrar suas qualidades e defeitos, baseados em fatos, de maneira respeitosa,  tanto aos candidatos quanto  à pessoa com quem dialogamos, seja presencialmente  como pelas redes sociais.
         Fanatismo e autoritarismo nada constroem de bom, apenas revelam desequilíbrio emocional.
         Amar a Pátria, neste momento, é escolher em quem votar, pela razão, e com o desejo que a pessoa, de fato, tenha as condições de ser útil à sociedade brasileira, agindo para o Bem comum.
         O voto  deve ser  manifestação de amor à coletividade!
          Então  se quisermos  manifestar opiniões e preferências partidárias é preciso que essas opiniões passem pelo crivo de valores do cristianismo e do espiritismo, tanto de candidatos a cargos político-partidários,quanto o programa dos próprios partidos.
          Por exemplo: o apoio a um candidato ou partido,  de esquerda, centro ou direita, que seja favorável à pena de morte, ao aborto não previsto em lei, armamento de cidadãos, eutanásia, liberação de drogas causadoras de dependência,  etc.  será incoerente com os princípios cristãos e espíritas, como incoerente será a pessoa que se diz espírita e apóia essas atitudes.
         “Aprimorar-se-á algum dia a civilização de modo a fazer que desapareçam os males que haja produzido?
         - Sim, quando o moral estiver tão desenvolvido quanto a inteligência. O fruto não pode surgir antes da flor.” ( O Livro dos espíritos, questão nº 791)
          Há que se pensar e agir  no progresso da sociedade humana, vivenciando as Éticas Cristã e Espírita.
         Façamos do voto exercício de racionalidade e Amor!
        
        



domingo, 2 de setembro de 2018

VULTOS ESPÍRITA DESENCARNADOS COM ATUAÇÃO NA POLÍTICA





Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)
Como desdobramento de artigo que publicamos no jornal Dirigente espírita1 elaboramos uma relação de alguns vultos, já desencarnados, que foram líderes políticos de projeção municipal, estadual e nacional, e mantiveram vinculação com ações espíritas. Evidentemente que não é completa, sendo mais voltada para o momento e o local da mesa redonda “Espiritismo e Política”2:
Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), como político atuou na Capital Imperial, deputado junto à Assembléia Nacional do Império, Presidente da Câmara de Vereadores acumulando o exercício do Poder Executivo Municipal do Rio de Janeiro; lutou pela emancipação dos escravos negros, através de projeto de lei, procurou regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias; denunciou os perigos da poluição; atuou em empresas governamentais; foi presidente da FEB em dois períodos, autor de livros espíritas.
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio (1834-1895), como político atuou na Capital Imperial, deputado junto à Assembléia Nacional do Império, presidente da província do Espírito Santo; um dos fundadores do Partido Republicano; foi o primeiro diretor da Biblioteca Nacional em seguida à proclamação da República; um dos fundadores de centros espíritas pioneiros na cidade do Rio de Janeiro; autor de livro espírita e de letras de canções musicadas por Carlos Gomes.
Eurípedes Barsanulfo (1880-1918) foi vereador em Sacramento (MG), fundador do Colégio Allan Kardec, de centro e de farmácia; atuou como médium.
Guilherme Taylor March (1838-1922) foi vereador e Presidente da Câmara de Vereadores acumulando o exercício do Poder Executivo Municipal de Niterói (RJ); dedicou-se ao atendimento médico da população, especificamente com a prática da homeopatia, sendo chamado o “pai dos pobres”; era espírita declarado.
Aristídes de Souza Spínola (1850-1925), como político foi deputado provincial pela Bahia e depois atuou na Capital Imperial, deputado junto à Assembléia Nacional do Império; abolicionista; e com um mandato de deputado no período republicano; presidente da província de Goiás; foi presidente da FEB.
Cairbar de Souza Schutel (1868-1938) foi vereador e o primeiro prefeito de Matão (SP), no ano de 1898; fundou o Centro Espírita Amantes da Pobreza, o jornal O Clarim, a Revista Internacional de Espiritismo e é autor de vários livros. Em pleno período de exceção do governo Vargas insere-se na “Campanha Pró-Liberdade de Consciência” e na “Coligação Pró-Estado Leigo”.
Camilo Rodrigues Chaves (1884-1955) foi vereador, deputado e senador do antigo Congresso Mineiro (em Constituição antiga previa-se o sistema bicameral nos Estados); presidente da União Espírita Mineira e autor de livro espírita.
Romeu de Campos Vergal (1903-1980), originário da pioneira União da Mocidade Espírita de São Paulo, foi deputado junto à Assembléia Constituinte de São Paulo, deputado federal por várias legislaturas, lutou pelo projeto “O Petróleo é Nosso”, foi líder partidário na Câmara dos Deputados; atuou na União Federativa Espírita Paulista, na Liga Espírita do Estado de São Paulo, dirigente da Sociedade Rádio Piratininga-PRH-3, a qual lançava ao ar diariamente o "Programa Radiofônico Espírita Evangélico do Brasil", atuou em instituições espíritas de Serra Negra (SP); autor de livros espíritas.
Francisco Carlos de Castro Neves (1914-1974), deputado junto à Assembléia Constituinte de São Paulo; deputado federal; presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC); secretário de Governo do Estado de São Paulo e também ministro do Trabalho e Previdência Social, nas gestões de Jânio Quadros, como prefeito (1ª. gestão), governador e presidente da República; foi o 2º. presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP).
Emílio Manso Vieira (1915-1978), foi vereador em São Paulo, foi ligado à União Federativa Espírita Paulista, à FEESP e à USE-SP; autor de livros espíritas.
Eurípedes de Castro (1920-1974). Em 3 de outubro de 1952, Eurípedes de Castro, representando a entidade União Evolucionista Cristã, se dirigiu a Pedro Leopoldo, Minas Gerais, com o objetivo de saber, por meio de Chico Xavier, a opinião de Emmanuel a respeito da participação dos espíritas na política, tendo recebido uma mensagem. Foi deputado estadual em São Paulo; ligado a centros e atuou no Conselho Deliberativo Estadual da USE-SP.
José de Freitas Nobre (1921-1990), vice-prefeito e vereador da cidade de São Paulo; deputado federal em várias legislaturas; na Câmara dos Deputados foi líder partidário e da oposição ao regime militar; um dos fundadores de centro espírita e do jornal Folha Espírita; apoiou a fundação da Associação Médico Espírita de São Paulo; amigo pessoal de Chico Xavier; coordenou a Comissão Pró-Indicação de Chico Xavier ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981; autor de obras espíritas.
Jorge Cauhy Júnior (1924-2005), Deputado Distrital no Distrito Federal, fundador do Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante, em Brasília.
Alberto Calvo (1928-2013) foi vereador e deputado estadual em São Paulo; sub-prefeito do bairro Casa Verde; ligado a centros, entidades assistenciais, Rádio Boa Nova e à USE-SP.
Nossa gratidão pelo esforço e dedicação, e, homenagens aos vultos citados. Com certeza representam muitos outros cidadãos de várias partes do Brasil.
Citações:
1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. O movimento espírita e a política. Dirigente espírita, USE-SP. Ano 28. N.166. P. 6. São Paulo, julho-agosto de 2018.
2) Texto apresentado durante a Mesa Redonda Espiritismo e Política, realizada na Câmara Municipal de São Paulo no dia 4 de agosto de 2018: http://grupochicoxavier.com.br/mesa-redonda-espiritismo-e-politica-e-manifesto-espiritas-na-politica/
(*) Ex-presidente da USE-SP e da FEB.
Transcrito de:
Revista Internacional de Espiritismo. Ano XCIII. No. 8. Setembro de 2018.


sexta-feira, 31 de agosto de 2018

VISÃO ESPÍRITA DA POLÍTICA



Nesta hora de efervescência política, política partidária e "politicalha" para que não percamos o rumo do certo, do verdadeiro, do justo, do solidário é importante que consultemos as páginas de O livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec, em sua terceira parte: A Leis Morais, especialmente os capítulos: Lei da sociedade e Lei da Justiça, do Amor e da Caridade.
Também importante a leitura do livro Obras Póstumas, composto de pensamentos e estudos de Allan Kardec, especialmente o capítulo As Aristocracias.
Quem se interessar um pouco mais poderá ler nossas reflexões a respeito no livro Espiritismo e Política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade, editado pela Federação Espírita Brasileira – FEB.

sábado, 19 de maio de 2018

DA ASSISTÊNCIA  SOCIAL À AÇÃO SOCIAL
                   


No desenvolvimento das atividades para a ajuda e  amparo às pessoas necessitadas ou carentes, ao longo do tempo, tem sido desenvolvidas várias etapas, de conformidade com o conhecimento da época. Essas etapas ocorreram ao longo do tempo, como também, ocorrem ainda hoje.

         Assim, didaticamente, poderemos definir essas etapas:

a) - ESMOLA:

Consiste na doação pura e simples de algo material que socorra o necessitado em suas fundamentais carências: roupa, comida, dinheiro e outros objetos.
"Que se deve pensar da esmola?".
- Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação.". (Questão nº 888 de O Livro dos Espíritos).

b) - ASSISTÊNCIA SOCIAL:

 É o procedimento para atender as pessoas carentes em suas  necessidades materiais, de uma forma um pouco mais abrangente, com roupa e comida, dinheiro para ajudar pagar o aluguel, etc. No entanto, nessa fase, não há providências para que a pessoa seja orientada a melhorar a sua situação social, econômica e até mesmo espiritual.
" Numa sociedade organizada segundo a lei do cristo, ninguém deve morrer de fome. (questão nº 930 de o livro dos espíritos).
- com uma organização social criteriosa e previdente, ao homem só por sua culpa pode faltar o necessário. Porém, suas próprias faltas são frequentemente resultados do meio onde se acha colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor". (Comentário de Allan Kardec).

c)  - ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL:

Essa forma de atendimento é mais abrangente, não só em sua forma de socorro às carências materiais, mas, também, quanto ao acompanhamento e orientação no processo de promoção da pessoa ou, mesmo, da família que se encontra desestruturada. Os procedimentos dessa fase estão bem sintetizados no aforismo chinês: “Não se deve apenas dar o peixe, é preciso, também, ensinar a pescar”, ou seja, não basta apenas assistir, prover, mas, sobretudo, promover a pessoa, a família ou a comunidade onde ela está inserida. Nessa fase tem trabalhado o Serviço Social, inclusive no aspecto profissional. Também, nessa fase tem procurado agir as instituições espíritas melhor preparadas.
" Quando bem compreendido, se houver identificado com os costumes e as crenças, o espiritismo transformará os hábitos, os usos, as relações sociais.  (Questão Nº 917 De O Livro Dos Espíritos).

d) - AÇÃO SOCIAL:

É um procedimento que não se limita apenas a constatar a miséria, a desestrutura da família, o desemprego, a injustiça social, mas procura detectar as causas e desenvolver ações que possam melhorar ou minorar tais desajustes sócio-econômico-sociais e espirituais. Nessa área é que estão agindo, atualmente, grande parte das ONGs ( Organizações Não Governamentais ), sérias e honestas.
O Movimento Espírita vem atuando ao longo dos anos, dentro do possível, com competência nas fases anteriores.
Com fundamento na Parte 3a. – Das Leis Morais – de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o Movimento Espírita tem as diretrizes seguras para atuar na Ação Social Espírita. Esta ação social espírita deve se manifestar através da ação do espírita, de forma consciente e adequada, na transformação e melhoria das instituições sociais, conforme o esclarecimento dos Mentores Espirituais:
Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados? – Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições por meios diretos e materiais.” ( Questão no. 573 de O Livro dos Espíritos ).
 Assim, é necessário que os espíritas com o conhecimento  dos fundamentos sociais contidos nas obras básicas, principalmente em O Livro dos Espíritos, A Gênese e Obras Póstumas, de Allan Kardec tenham capacidade para, “como espíritas”, agirem onde e quando  lhes seja possível, principalmente nas instituições ou agências sociais que possam melhorar as condições da sociedade, pois como advertiram os Espíritos: “Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome” ( Questão no. 930    ).
Assim comentou Kardec: “Com uma organização social criteriosa e previdente, ao homem só por culpa sua pode faltar o necessário. Porém, suas próprias faltas são freqüentemente resultado do meio onde se acha colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor”.
            A partir destas reflexões, o espírita precisa ter consciência de que para servir a pessoa e a sociedade não pode desconhecer essa ação social que se manifesta em múltiplas áreas: social, econômica, legislativa, jurídica, administrativa, educacional, empresarial e  cultural devem ajudar o homem e a sociedade a realizarem o bem comum e o processo evolutivo individual e coletivo.
            Essa ação social, sociologicamente é uma ação política, embora não necessariamente político-partidária.
Acreditamos que essas fases ou etapas não se sucedem de forma cronológica e nem se excluem, mas a atuação em cada uma delas depende do grau de conscientização do agente e também dos recursos humanos e financeiros disponíveis.
Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br