SILÊNCIO
Artigo de Divaldo Franco ➤ Publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 11/01/2018
Num memorável discurso, pronunciado pelo Bispo de Recife e Olinda, Dom
Hélder Câmara, em San Michel, em Paris, referiu-se com muita sabedoria e
coragem que Mohandas Gandhi costumava dizer que “ele falava pelo povo
sofrido do seu querido país. Ele, no entanto, fazia silêncio para que o
povo pudesse falar”, expressando suas dores e a lamentável situação de
miséria em que vivia.
O silêncio pode representar várias posturas comportamentais das criaturas humanas.
Em determinado momento significa muita coragem para poder suportar
situações calamitosas, evitando torná-las piores; noutras situações pode
expressar sabedoria para aguardar o momento adequado, quando poderá
enunciar conceitos libertadores, falando por aqueles que se encontram
amordaçados por impositivos perversos. Invariavelmente, porém, trata-se
de postura covarde para não desagradar impostores, governos arbitrários,
mantendo anuência com ações infelizes, pensando apenas nos interesses
pessoais...
Vivemos, no mundo moderno, momentos muito graves,
diante dos quais o silêncio dos justos e dos que pensam transforma-se em
covardia moral, porque os seus portadores que poderiam contribuir para
uma situação melhor, tendo medo de perder as migalhas vergonhosas ou
usufruir do benefício das barganhas degradantes, terminam por minar as
resistências dos mais fracos e submetê-los na sua ignorância a mais
demorado cativeiro.
Proliferam em toda parte a decadência dos
valores éticos, a prosperidade dos astutos e corruptos que desfrutam de
cidadania e de popularidade como benfeitores dos humildes e humilhados,
as expressões da degradação humana, os espetáculos assustadores da
violência, o horror da miséria moral, econômica e social, ante a
desfaçatez dos gozadores de ocasião, que os desprezam sem qualquer
disfarce.
Homens e mulheres de bem que deveriam contribuir para que
a situação se modificasse para melhor, não o fazem, mantêm-se
silenciosos.
É comum ouvir-se dizer, repetindo o covarde Pilatos
em referências a Jesus no Seu arbitrário julgamento, “que lavam as
mãos”, mas não escaparam certamente da consciência ultrajada.
A
coragem dos sofredores representa o poder de Deus no imo de cada ser,
significando os divinos códigos do amor, da justiça, da solidariedade.
Uma sociedade que se olvida dos seus membros mais fracos, não é digna
de subsistir, qual aconteceu com as grandes Nações do passado que
edificaram sua glória e grandeza através da sórdida escravidão, da
crueldade e dos privilégios de alguns em detrimento dos outros. Cuidado,
pois, com o seu silêncio, que pode ser responsável pelo sofrimento de
milhões de vidas.
Este é o nosso momento de construir o futuro.
DIVALDO P. FRANCO
Professor, médium e conferencista
___________________
Divaldo Franco escreve no jornal A Tarde - Coluna Opinião - às quintas-feiras (quinzenalmente).
sábado, 20 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
RELIGIÃO E POLÍ´TICA
RELIGIÃO E POLÍTICA
Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br
É comum as pessoas dizerem que a religião e a
política não se combinam.
Que
não se deve discutir política.
Na
primeira afirmação há confusão entre a religião formal e a politicalha e mesmo com
a política partidária.
Na
segunda afirmação continua haver confusão e ignorância, pois poucas pessoas, e
mesmo poucos espíritas, sabem o significado do termo política e as suas diferentes categorias.
O
termo política precisa ser convenientemente entendido para que se saiba que, em
sua essência, a política não é incombinável com a religião, ou melhor
esclarecendo, com a religiosidade.
Então,
nesse emaranhado de desconhecimentos só pode haver mesmo confusão e
desentendimento.
Abordando
apenas a religião cristã, em suas múltiplas interpretações, seu fundamento são
as palavras de Jesus, narradas pelos evangelistas. A essência desses
ensinamentos são: a Justiça e o Amor. Disse Jesus: “Amará o teu próximo com a
ti mesmo.” ( Matheus, 22:39) e “ Tratai todos os homens com quereríeis que eles
vos tratassem. (Lucas, 6:31).
Revelando o amor solidário o Mestre conta a
Parábola do Samaritano (Lucas, 10:25).
Esses
mesmos fundamentos norteiam a Política quando a entendemos como: ” A ciência e
a arte da administração justa para o Bem comum.”. O que só pode ser feito
baseando-se nos valores da justiça e do amor solidário.
A
confusão surge e o repúdio aparece quando, por ignorância, se confunde a
Política com a política partidária e com a ” politicalha “.
A
política partidária é instrumento fundamental do processo democrático que, se
não é perfeito, é o melhor na atual fase do processo sócio político da
humanidade.
Destarte,
das agremiações partidárias é que devem sair, pelo exercício do voto livre dos
cidadãos, as pessoas que ocuparão os cargos nos poderes Legislativos e
Executivos, nos níveis: municipal, estadual e nacional.
Já
a “ politicalha” é o uso indevido dos cargos políticos legais e legítimos por
pessoa canalha que quer se beneficiar da política para a satisfação dos seus
interesses egoísticos individuais e de grupos. Esta merece sempre a indignação
individual e coletiva e os meios legais para anulá-la.
Não se deve levar, pois, para o ambiente do
centro ou do movimento espírita a política no sentido da política
partidária e, menos ainda, da”
politicalha”
No
entanto, a Política como ciência e arte da administração justa para o bem
comum, já está no conteúdo das Leis Morais, 3ª parte de O livro dos Espíritos,
ditado pelos Mentores Espirituais e organizado e sistematizado por Allan
Kardec.
Esse
conteúdo referente à administração justa e amorosa,
expressando a solidariedade está contido nos capítulos: Da lei
do trabalho, Da lei Da lei de reprodução, Da Lei de destruição, Da lei de
sociedade, Da lei do progresso, Da lei de igualdade, Da lei de liberdade, Da
lei de justiça, de amor e de caridade e Da perfeição moral.
Portando,
esse conteúdo que se relaciona com a Filosofia, com a Sociologia, com a
Economia, com a Política, com o Direito, com a Ecologia e com os ensinamentos de Jesus sobre
a Justiça e o Amor deve merecer o estudo
de todos os espíritas e deve ser estudado nos centros , instituições espíritas
e em palestras, seminários e congressos espíritas.
Tal
visão da Política os espíritas precisam ter para serem cidadãos conscientes dos
direitos e deveres individuais e coletivos e, assim, terem critérios para avaliação dos candidatos
indicados pelos partidos para os cargos nos Poderes Legislativo e Executivo, no âmbito
do Município, do Estado e da União.
O
como todo cidadão, o espírita deve, portanto,
ser consciente da Política.
Conforme
sua vocação ou aptidão poderá participar ou não da política partidária.
Todavia, jamais poderá participar da “politicalha”,
sob pena de declinar dos seus conceitos éticos e morais.
“Amará o teu
próximo como a ti mesmo.”. Jesus ( Mateus, 22:39).
INSTITUTO ESPÍRITA DE PESQUISA, ESTUDO E AÇÃO SOCIAL – www.iepeas.blogspot.com.br
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