No desenvolvimento das atividades para a ajuda e amparo às pessoas necessitadas ou carentes, ao longo do tempo, tem sido desenvolvidas várias etapas, de conformidade com o conhecimento da época. Essas etapas ocorreram ao longo do tempo, como também, ocorrem ainda hoje.
Assim, didaticamente, poderemos definir
essas etapas:
a) - ESMOLA:
Consiste na
doação pura e simples de algo material que socorra o necessitado em suas
fundamentais carências: roupa, comida, dinheiro e outros objetos.
"Que
se deve pensar da esmola?".
-
Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente:
embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve
prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação.". (Questão nº
888 de O Livro dos Espíritos).
b) - ASSISTÊNCIA SOCIAL:
É o procedimento para atender as pessoas
carentes em suas necessidades materiais,
de uma forma um pouco mais abrangente, com roupa e comida, dinheiro para ajudar
pagar o aluguel, etc. No entanto, nessa fase, não há providências para que a
pessoa seja orientada a melhorar a sua situação social, econômica e até mesmo
espiritual.
" Numa sociedade organizada segundo a
lei do cristo, ninguém deve morrer de fome. (questão nº 930 de o livro dos
espíritos).
- com uma organização social criteriosa e
previdente, ao homem só por sua culpa pode faltar o necessário. Porém, suas
próprias faltas são frequentemente resultados do meio onde se acha colocado.
Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na
solidariedade e ele próprio será melhor". (Comentário de Allan
Kardec).
c) - ASSISTÊNCIA E PROMOÇÃO SOCIAL:
Essa forma de
atendimento é mais abrangente, não só em sua forma de socorro às carências materiais,
mas, também, quanto ao acompanhamento e orientação no processo de promoção da
pessoa ou, mesmo, da família que se encontra desestruturada. Os procedimentos
dessa fase estão bem sintetizados no aforismo chinês: “Não se deve apenas dar o
peixe, é preciso, também, ensinar a pescar”, ou seja, não basta apenas
assistir, prover, mas, sobretudo, promover a pessoa, a família ou a comunidade
onde ela está inserida. Nessa fase tem trabalhado o Serviço Social, inclusive
no aspecto profissional. Também, nessa fase tem procurado agir as instituições
espíritas melhor preparadas.
" Quando bem compreendido, se houver
identificado com os costumes e as crenças, o espiritismo transformará os
hábitos, os usos, as relações sociais.
(Questão Nº 917 De O Livro Dos Espíritos).
d) -
AÇÃO SOCIAL:
É um
procedimento que não se limita apenas a constatar a miséria, a desestrutura da
família, o desemprego, a injustiça social, mas procura detectar as causas e
desenvolver ações que possam melhorar ou minorar tais desajustes sócio-econômico-sociais
e espirituais. Nessa área é que estão agindo, atualmente, grande parte das ONGs
( Organizações Não Governamentais ), sérias e honestas.
O Movimento
Espírita vem atuando ao longo dos anos, dentro do possível, com competência nas
fases anteriores.
Com fundamento
na Parte 3a. – Das Leis Morais – de O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec, o Movimento Espírita tem as diretrizes seguras para atuar na Ação
Social Espírita. Esta ação social espírita deve se manifestar através da ação
do espírita, de forma consciente e adequada, na transformação e melhoria das
instituições sociais, conforme o esclarecimento dos Mentores Espirituais:
“Em que consiste a missão dos Espíritos
encarnados? – Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes
melhorar as instituições por meios diretos e materiais.” ( Questão no. 573
de O Livro dos Espíritos ).
Assim, é necessário que os espíritas com o
conhecimento dos fundamentos sociais
contidos nas obras básicas, principalmente em O Livro dos Espíritos, A
Gênese e Obras Póstumas, de Allan Kardec tenham capacidade para, “como
espíritas”, agirem onde e quando lhes
seja possível, principalmente nas instituições ou agências sociais que possam
melhorar as condições da sociedade, pois como advertiram os Espíritos: “Numa sociedade organizada segundo a lei do
Cristo, ninguém deve morrer de fome” ( Questão no. 930 ).
Assim comentou
Kardec: “Com uma organização social
criteriosa e previdente, ao homem só por culpa sua pode faltar o necessário.
Porém, suas próprias faltas são freqüentemente resultado do meio onde se acha
colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na
justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor”.
A
partir destas reflexões, o espírita precisa ter consciência de que para servir
a pessoa e a sociedade não pode desconhecer essa ação social que se manifesta
em múltiplas áreas: social, econômica, legislativa, jurídica, administrativa,
educacional, empresarial e cultural devem
ajudar o homem e a sociedade a realizarem o bem comum e o processo evolutivo
individual e coletivo.
Essa
ação social, sociologicamente é uma ação política, embora não necessariamente
político-partidária.
Acreditamos
que essas fases ou etapas não se sucedem de forma cronológica e nem se excluem,
mas a atuação em cada uma delas depende do grau de conscientização do agente e
também dos recursos humanos e financeiros disponíveis.
Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br