quinta-feira, 27 de agosto de 2020

 

        

OS ESPÍRITAS, A CIDADANIA E A ELEIÇÃO

 

                                                                    Aylton Paiva  paiva.aylton@terra.com.br

 

 

 

Observamos em O Livro dos Espíritos, que o progresso moral decorre do progresso intelectual, porém nem sempre a ele se segue ( Questão no. 780)

Os espíritas têm um compromisso intransferível com a reforma íntima: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas más inclinações”.( Cap. XVII, item 4, “in fine” de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec ) Mas, esse aperfeiçoamento pessoal deve refletir-se em nossa atuação consciente para transformar a sociedade em uma sociedade justa e amorosa, pois advertem os Espíritos: “Numa sociedade organizada segundo as leis do Cristo, ninguém deve morrer de fome” e adita Allan Kardec: “... Quando praticar ( o homem)  a Lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade e ele próprio será melhor”.( Questão 930 de O Livro dos Espíritos )

Também no livro A Gênese, de Allan Kardec, encontramos o esclarecimento: “O Espiritismo não cria a renovação social: a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina para secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados”.( in A Gênese, de Allan Kardec – ed. FEB ).

Destaca-se, então, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no Direito e no Amor. Obviamente, essa transformação dependerá da ação consciente dos bons e ao lado deles, os espíritas atuando  com uma  “consciência política  “, fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos.

Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos: “Porque, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?”.

- Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão. ”( Questão 932 de O Livro dos Espíritos – Ed. FEB )

A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons.

O mundo e, especificamente, a estrutura social brasileira, está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e da mentira para atingirem seus objetivos egoísticos e antiéticos.

 Em breve seremos chamados às urnas. O espírita precisa estar consciente da sua responsabilidade nesse momento, seja pleiteando cargos eletivos, seja simplesmente sinalizando o seu voto na urna.

O voto é uma procuração que se passa ao candidato para que, se eleito, ele aja em nosso nome a bem da coletividade. É a maior manifestação de amor e respeito ao povo.

Não votar, anular o voto, omitir-se é apoiar as forças do mal, é permitir que maus sobrepujem os bons.

Não se deve levar as questões político-partidárias para dentro do Centro ou Instituição Espírita. Estas devem ser debatidas no seio da sociedade, mas o espírita deve estar consciente e responsável nas aplicações dessas questões, visando  sempre o bem comum.

Ao escolher o candidato em que você votará, análise o que ele já fez em benefício da coletividade, qual o seu engajamento com a sociedade, se ele é ético com a família e em sua atividade profissional.

Teremos então o seu perfil quanto à dedicação ao bem comum, sua integração com a família, sua responsabilidade e honestidade.

Importante analisar o que o candidato diz que vai fazer, se eleito, porém é indispensável saber o que ele já fez.

Vote consciente. VOTE COM AMOR!