Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)
Como desdobramento de artigo que publicamos no jornal Dirigente
espírita1 elaboramos uma relação de alguns vultos, já desencarnados,
que foram líderes políticos de projeção municipal, estadual e nacional, e
mantiveram vinculação com ações espíritas. Evidentemente que não é completa,
sendo mais voltada para o momento e o local da mesa redonda “Espiritismo e
Política”2:
Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), como político atuou na
Capital Imperial, deputado junto à Assembléia Nacional do Império, Presidente
da Câmara de Vereadores acumulando o
exercício do Poder Executivo Municipal do Rio de Janeiro; lutou pela
emancipação dos escravos negros, através de projeto
de lei, procurou regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa
categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias; denunciou os perigos da poluição; atuou em
empresas governamentais; foi presidente da FEB em dois períodos, autor de
livros espíritas.
Francisco Leite de Bittencourt Sampaio (1834-1895), como
político atuou na Capital Imperial, deputado junto
à Assembléia Nacional do Império, presidente
da província do Espírito Santo; um dos fundadores do Partido Republicano; foi o primeiro
diretor da Biblioteca
Nacional em seguida à proclamação da
República; um dos fundadores de centros espíritas pioneiros na cidade do Rio
de Janeiro; autor de livro espírita e de letras de canções musicadas por
Carlos Gomes.
Eurípedes Barsanulfo (1880-1918) foi vereador em
Sacramento (MG), fundador do Colégio Allan Kardec, de centro e de farmácia;
atuou como médium.
Guilherme Taylor March (1838-1922) foi vereador e
Presidente da Câmara de Vereadores acumulando o
exercício do Poder Executivo Municipal de Niterói (RJ); dedicou-se ao
atendimento médico da população, especificamente com a prática da homeopatia,
sendo chamado o “pai dos pobres”; era espírita declarado.
Aristídes de Souza Spínola (1850-1925), como político foi deputado provincial pela Bahia
e depois atuou na Capital Imperial, deputado junto
à Assembléia Nacional do Império; abolicionista; e com um mandato de deputado no período republicano; presidente da província de Goiás; foi
presidente da FEB.
Cairbar de Souza Schutel (1868-1938) foi vereador e o
primeiro prefeito de Matão (SP), no ano de 1898; fundou o Centro Espírita
Amantes da Pobreza, o jornal O Clarim, a Revista Internacional de
Espiritismo e é autor de vários livros. Em pleno período de exceção do
governo Vargas insere-se na “Campanha Pró-Liberdade de Consciência” e na
“Coligação Pró-Estado Leigo”.
Camilo Rodrigues Chaves (1884-1955) foi vereador, deputado e senador do antigo Congresso Mineiro (em
Constituição antiga previa-se o sistema bicameral nos Estados); presidente da
União Espírita Mineira e autor de livro espírita.
Romeu de Campos Vergal (1903-1980), originário da
pioneira União da Mocidade Espírita de São Paulo, foi deputado junto à Assembléia Constituinte de São Paulo, deputado
federal por várias legislaturas, lutou pelo projeto “O Petróleo é Nosso”, foi
líder partidário na Câmara dos Deputados; atuou na União Federativa Espírita
Paulista, na Liga Espírita do Estado de São Paulo, dirigente da Sociedade Rádio Piratininga-PRH-3, a qual
lançava ao ar diariamente o "Programa Radiofônico Espírita Evangélico do
Brasil", atuou em instituições espíritas de Serra Negra (SP); autor de
livros espíritas.
Francisco Carlos de Castro Neves (1914-1974), deputado junto à Assembléia Constituinte de São Paulo; deputado
federal; presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos
(CMTC); secretário de Governo do Estado de São Paulo e também ministro
do Trabalho e Previdência Social, nas gestões de Jânio Quadros, como prefeito
(1ª. gestão), governador e presidente da República; foi o 2º. presidente da
União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP).
Emílio Manso Vieira (1915-1978), foi vereador em São
Paulo, foi ligado à União Federativa Espírita Paulista, à FEESP e à USE-SP;
autor de livros espíritas.
Eurípedes de Castro (1920-1974). Em 3 de outubro de 1952, Eurípedes de Castro, representando a entidade
União Evolucionista Cristã, se dirigiu a Pedro Leopoldo, Minas Gerais, com o
objetivo de saber, por meio de Chico Xavier, a opinião de Emmanuel a respeito
da participação dos espíritas na política, tendo recebido uma mensagem.
Foi deputado estadual em São Paulo; ligado a centros e atuou no Conselho
Deliberativo Estadual da USE-SP.
José de Freitas Nobre (1921-1990), vice-prefeito e vereador da cidade de São Paulo; deputado
federal em várias legislaturas; na Câmara dos Deputados foi líder partidário
e da oposição ao regime militar; um dos fundadores de centro espírita e do
jornal Folha Espírita; apoiou a fundação da Associação Médico Espírita
de São Paulo; amigo pessoal de Chico Xavier; coordenou a Comissão
Pró-Indicação de Chico Xavier ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981; autor de obras
espíritas.
Jorge Cauhy Júnior (1924-2005), Deputado Distrital no
Distrito Federal, fundador do Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo
Bandeirante, em Brasília.
Alberto Calvo (1928-2013) foi vereador e deputado
estadual em São Paulo; sub-prefeito do bairro Casa Verde; ligado a centros,
entidades assistenciais, Rádio Boa Nova e à USE-SP.
Nossa gratidão pelo esforço e dedicação, e, homenagens aos vultos
citados. Com certeza representam muitos outros cidadãos de várias partes do
Brasil.
Citações:
1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. O movimento espírita e a política. Dirigente
espírita, USE-SP. Ano 28. N.166. P. 6. São Paulo, julho-agosto de 2018.
2) Texto
apresentado durante a Mesa Redonda Espiritismo e Política, realizada na
Câmara Municipal de São Paulo no dia 4 de agosto de 2018: http://grupochicoxavier.com.br/mesa-redonda-espiritismo-e-politica-e-manifesto-espiritas-na-politica/
(*) Ex-presidente da USE-SP e
da FEB.
Transcrito de:
Revista Internacional de
Espiritismo. Ano
XCIII. No. 8. Setembro de 2018.
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domingo, 2 de setembro de 2018
VULTOS ESPÍRITA DESENCARNADOS COM ATUAÇÃO NA POLÍTICA
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