RELIGIÃO E POLÍTICA
Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br
É comum as pessoas dizerem que a religião e a
política não se combinam.
Que
não se deve discutir política.
Na
primeira afirmação há confusão entre a religião formal e a politicalha e mesmo com
a política partidária.
Na
segunda afirmação continua haver confusão e ignorância, pois poucas pessoas, e
mesmo poucos espíritas, sabem o significado do termo política e as suas diferentes categorias.
O
termo política precisa ser convenientemente entendido para que se saiba que, em
sua essência, a política não é incombinável com a religião, ou melhor
esclarecendo, com a religiosidade.
Então,
nesse emaranhado de desconhecimentos só pode haver mesmo confusão e
desentendimento.
Abordando
apenas a religião cristã, em suas múltiplas interpretações, seu fundamento são
as palavras de Jesus, narradas pelos evangelistas. A essência desses
ensinamentos são: a Justiça e o Amor. Disse Jesus: “Amará o teu próximo com a
ti mesmo.” ( Matheus, 22:39) e “ Tratai todos os homens com quereríeis que eles
vos tratassem. (Lucas, 6:31).
Revelando o amor solidário o Mestre conta a
Parábola do Samaritano (Lucas, 10:25).
Esses
mesmos fundamentos norteiam a Política quando a entendemos como: ” A ciência e
a arte da administração justa para o Bem comum.”. O que só pode ser feito
baseando-se nos valores da justiça e do amor solidário.
A
confusão surge e o repúdio aparece quando, por ignorância, se confunde a
Política com a política partidária e com a ” politicalha “.
A
política partidária é instrumento fundamental do processo democrático que, se
não é perfeito, é o melhor na atual fase do processo sócio político da
humanidade.
Destarte,
das agremiações partidárias é que devem sair, pelo exercício do voto livre dos
cidadãos, as pessoas que ocuparão os cargos nos poderes Legislativos e
Executivos, nos níveis: municipal, estadual e nacional.
Já
a “ politicalha” é o uso indevido dos cargos políticos legais e legítimos por
pessoa canalha que quer se beneficiar da política para a satisfação dos seus
interesses egoísticos individuais e de grupos. Esta merece sempre a indignação
individual e coletiva e os meios legais para anulá-la.
Não se deve levar, pois, para o ambiente do
centro ou do movimento espírita a política no sentido da política
partidária e, menos ainda, da”
politicalha”
No
entanto, a Política como ciência e arte da administração justa para o bem
comum, já está no conteúdo das Leis Morais, 3ª parte de O livro dos Espíritos,
ditado pelos Mentores Espirituais e organizado e sistematizado por Allan
Kardec.
Esse
conteúdo referente à administração justa e amorosa,
expressando a solidariedade está contido nos capítulos: Da lei
do trabalho, Da lei Da lei de reprodução, Da Lei de destruição, Da lei de
sociedade, Da lei do progresso, Da lei de igualdade, Da lei de liberdade, Da
lei de justiça, de amor e de caridade e Da perfeição moral.
Portando,
esse conteúdo que se relaciona com a Filosofia, com a Sociologia, com a
Economia, com a Política, com o Direito, com a Ecologia e com os ensinamentos de Jesus sobre
a Justiça e o Amor deve merecer o estudo
de todos os espíritas e deve ser estudado nos centros , instituições espíritas
e em palestras, seminários e congressos espíritas.
Tal
visão da Política os espíritas precisam ter para serem cidadãos conscientes dos
direitos e deveres individuais e coletivos e, assim, terem critérios para avaliação dos candidatos
indicados pelos partidos para os cargos nos Poderes Legislativo e Executivo, no âmbito
do Município, do Estado e da União.
O
como todo cidadão, o espírita deve, portanto,
ser consciente da Política.
Conforme
sua vocação ou aptidão poderá participar ou não da política partidária.
Todavia, jamais poderá participar da “politicalha”,
sob pena de declinar dos seus conceitos éticos e morais.
“Amará o teu
próximo como a ti mesmo.”. Jesus ( Mateus, 22:39).
INSTITUTO ESPÍRITA DE PESQUISA, ESTUDO E AÇÃO SOCIAL – www.iepeas.blogspot.com.br
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